terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um dia com história

Quando era pequenita ir à terra dos meus pais neste dia era tornar esse dia num dia feliz (a sério que sim!!).
Passeavamos, estavamos com imensa família, colocava as luzinhas e flores na campa dos meus avós, rezava um bocadinho, e a minha mãe contava-me histórias dos meus avós enquanto lá estavamos. Os meus avós morreram era eu muito nova e por isso não tenho muitas recordações deles, e aquele momento servia para construir na minha mente a imagem deles e sempre me fez ama-los apesar de não ter memórias.
Depois havia sempre os vendedores ambulantes à porta do cemitério a vender aqueles chupas vermelhos em forma de guarda-chuva fechado, com o papel plástico vermelho à volta, que me deixavam toda peganhenta mas eram deliciosos (lembram-se destes?)!

Depois o tempo foi passando e comecei a aperceber-me que nem todos íam para lá com o ituito que era suposto: pessoas a comentar as vestimentas, a contar a vida dos outros, a falar alto sem respeito muitas vezes por quem lá estava a rezar um pouco, e a passear pelas outras campas parando para fazer comentários acerca dos arranjos florais, invariavelmente para dizer que ou era demasiado espanpanante e a  pessoa queria era dar nas vistas, ou que era de flores muito baratas e que quem tinha enfeitado gastava dinheiro em outras coisas mas não a enfeitar as campas dos familiares, e que obviamente o delas é que era adequado... ou seja: uma feira de vaidades no cemitério.

Deixou de fazer sentido para mim ir lá neste dia.
Prefiro pensar nos meus em casa. A família estou com ela em outras alturas.

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