É verdade, estou de férias e levei a pequenita à escola. Estou cheia de trabalho até à pontinha dos cabelos. Ao fim de semana e à noite mal consigo trabalhar. Aos fins de semana porque quero mimar a minha pequenita, e à noite porque não me aguento acordada mais de 30 minutos depois de ela adormecer. E o peso na consciência cresce. Senti-me uma péssima mãe em levá-la à escola hoje sabendo que vou estar em casa. Agarrada ao computador e super stressada, é certo, mas em casa. Eu tirei estes dias de férias especificamente para isto, para trabalhar aquilo que não consigo fazer nas horas de trabalho, mas não consigo deixar de achar que estou a ser má mãe... e depois penso: é só até Abril, depois as coisas acalmam... ai Deus, dai-me energia para viver com a mente ocupada e o coração pesado. Sei que o que estou a fazer não é nada de incorrecto, bem pelo contrário. É consciente, é para o meu bem e eventualmente para o dela, é uma inevitabilidade da minha formação, é uma avaliação importantíssima. Aquela para a qual me preparo há anos. E agora estou na recta final. Não posso afrouxar. Quando olho para os meus pares e os vejo a abdicar de estar com os filhos sem qualquer dificuldade, fins de semana inteiros, para estudar, para trabalhar ao computador, etc. Eu não consigo, sei que não. Talvez na véspera da avaliação final. Talvez. Agora não. Recuso-me a prescindir da minha filha tanto tempo. E a avaliação é importante, é certo, mas os dias que passo com a minha filha também são um balão de oxigénio. Tenho de me dividir. Não está fácil. Mas hoje, hoje o dia é para trabalhar. Se correr bem vou eu buscá-la à escola.
Ser mãe (também) é isto: viver na dualidade de abdicar dos nossos filhos para termos tempo para nós, sem darmos em malucas com o sentimento de culpa.
P.S. - desculpem a "loucura" do texto, mas precisava desabafar, mesmo que ninguém entenda nada do que estou a dizer.
