quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Das amizades

Da faculdade trouxe 4 amigas, aquelas com quem podia sempre contar, com quem estudava, partilhava apontamentos, tirava dúvidas, dizia mal dos professores, enfim, com quem passava a maior parte do meu tempo. Desde que acabamos o curso, e que estamos a trabalhar em locais diferentes, mesmo em cidades diferentes, não tem sido fácil manter o contacto. Mails normalmente só respondem 2 ou 3, para combinar um encontro demoramos quase 3 meses de forma a que as 5 consigamos ir, e a verdade é que são sempre as mesmas a ter as iniciativas. Todas trabalhamos imenso e todas temos a nossa vida pessoal, mas tenho mesmo pena que muita da cumplicidade se tenha perdido, sentindo mesmo que algumas se afastaram. Custa-me a compreender isto. Custa-me ver uma amizade como a nossa a diluir-se com o tempo e com o excesso de trabalho, e provavelmente alguma preguiça em manter o contacto, e ver que ninguém se mexe para mudar o curso das coisas. Da última vez que estivemos juntas foi óptimo, mas conseguimos estar apenas 1h30  tendo sido quase impossível colocarmos em dia a conversa. E se elas gostam então deveriam tomar a iniciativa mais vezes!

Sinto falta das minhas miúdas. Falta de poder dizer o que me vai na cabeça sem pensar 2 vezes, e saber que a outra pessoa sabe o que eu quero dizer e não faz segundas interpretações. Por vezes dou por mim no trabalho a dar respostas como daria com elas e perceber que ali não posso fazer isso. Tenho 2 pessoas com quem me dou melhor, que até posso chamar amigas e não só colegas, mas de qualquer forma é diferente... às vezes acabo por estar no trabalho rodeada de gente e sentir-me só. E não gosto disso, nada disso. Sei que as miúdas também sentem falta umas das outras, mas por vezes estão simplesmente demasiado absorvidas pela vida, tal como eu aliás.

Esta vida é sempre a correr e é pena que nem para as amizades haja tempo. Para fazer novas amizades também é necessário tempo, disponibilidade mental e emocional e no ambiente de trabalho não é fácil! Tenho tantas saudades das conversas de gaja, sem ser estar a falar de trabalho e de projectos, mesmo conversa de gaja pura! Agora já dou por mim a falar comigo própria, e a fazer as piadas de humor negro na minha cabeça. É que sinceramente acho que estou a ficar uma autêntica seca! No trabalho não há muito espaço para "brincar" sem ser mal interpretado, ou mais tarde acharem o comportamento inadequado. E o tempo fora do trabalho é pouco. Por isso sou divertida, sempre com sorriso fácil, mas por vezes evito alguns comentários, pois nunca sabemos com o que contar. Lá mando as piadas mentalmente e pode ser que o meu alter ego responda.

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