terça-feira, 15 de novembro de 2016

6 meses da mais nova, e como tudo muda, mantendo-se tudo igual.

Meio ano da minha pequenina que veio encher esta família de reboliço e noites mal dormidas, de sorrisos e cumplicidades, do sentimento de irmandade e protecção máxima por parte da irmã mais velha. Temi muito pelos ciúmes, mas posso dizer que, até agora, não têm sido nada de especial, ou bem menos que aquilo que eu esperava. A minha filha mais velha compreende e aceita bem as coisas que lhe dizemos relativamente à necessidade de cuidados da irmã, sendo que quando está cansada é mais complexo um pouco, mas continua a não ser nada por aí além. Não sei se é da nossa abordagem, atenção e preparação feitas, se é da própria criança, se é das duas coisas, mas a verdade é que corre bem. 

Já relativamente ao casal, claramente andamos cansados, com menos tempo para a nossa cumplicidade, conversas e tempos livres, porque agora são duas,  acabamos por estar os dois ocupados com elas. Quando, finalmente, adormecem, nós só queremos descansar, e apetece deixar para trás todas as obrigações domésticas. Claramente, os filhos são um teste às relações, ao respeito, ao amor, à resiliência, boa vontade de fazer resultar e paciência. Desengane-se quem pensa que um filho vem fortalecer um casal, pois só o faz depois de abanar as estruturas bem abanadas! Por isso, para ter filhos, há que primeiro ter uma relação muito forte, bem construída, com bons alicerces e muita compreensão. Já achei isso na minha primeira filha e acho que com mais um ainda se nota mais. E nunca esquecer que os filhos existem porque há casal (quando assim é) e, se queremos manter o início de tudo, temos de cuidar da relação, como cuidamos dos filhos, num jogo de equipa e de apoio (e menos julgamento) mutuo. 

É importante, sem dúvida, tempo para o casal, mas não sendo possível esse tempo a sós, há que ir regando a relação ao longo dos dias. É essencial não nos deixarmos perder em ausências de olhares porque os telemóveis são um escape mais fácil, menos exigente para um cérebro cansado, do que iniciar uma conversa. Por aqui vamos tentando colocar um pouco de lado as tecnologias (por vezes sem grande sucesso) e tentamos ter uma conversa, ler um livro deitados na cama, jantar sempre em família (com as miúdas) de televisão desligada, dar uma mão quando vamos dormir, um beijinho de boa noite,  de bom dia, pequenos gestos que suplantam a falta de tempo para grandes saídas a dois. Vamos tentando existir a dois no meio da confusão dos dias. Vamos tentando continuar a ser um só, para que quando este tornado de mudanças e agitação diária acalmarem, continuarmos cá a saber quem está ao nosso lado, a conhecer o seu cheiro, a sua voz, o seu pensamento, a reconhecer-nos no outro só com um olhar. 

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